Desisti de ser mulher
Destruo-me feroz e folha branca invento,
desfaço-me da inércia, anônima
nociva...
Em traje rico falso, estéril e
lasciva,
ofendo à natureza e me ofereço ao vento.
Qual flor ferida ao mel e sem meu fero
intento
defloro-me integral na lágrima
cativa...
À chuva amargurada elevo a tez
altiva,
corrompo-me em falsária e és tu meu réu
sedento.
Adoro-te no macho - um fêmeo sem talento
–
que avilta meu rugido encarniçado -
e proba,
amorfo ser mulher - desfaço-me em
tormento.
Soluço ao beijo teu – u’a flor
apaixonada –
e após fazer amor reluto - viro
loba,
desisto da mulher - sou nunca
mais... um nada!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 19/25 de outubro de 2009 – 0h44
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