quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Marcha fúnebre

Marcha fúnebre

Escuto pela noite um culminante grito
e corro a socorrer esse fatal lamento -
um urro, inútil dor, tal cancro sem alento -
paixão desmoronada, algoz em tom maldito!

Domado pela inveja em macambúzio rito,
eis que te encontro ali tão frio e triste e lento -
transpassa-te vil ódio, em teu final momento -
carente de ilusões, rugido ao vento aflito!

Grilhões da estupidez arrostam teu minuto,
insultam-te a alforria - cascalham - e ao teu pranto
vicejam de alegria e tamborilam luto!

Desvendo-me aos teus pés - um nome quase torto,
teu cuspe no meu dom, tua raiva no meu canto.
Eu - viva - no teu mal! Mas ao meu som és morto!

 Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 6 de setembro de 2009 – 14h10min

Nenhum comentário:

Postar um comentário