Marcha fúnebre
Escuto pela noite um culminante grito
e corro a socorrer esse fatal lamento -
um urro, inútil dor, tal cancro sem
alento -
paixão desmoronada, algoz em tom maldito!
Domado pela inveja em macambúzio rito,
eis que te encontro ali tão frio e triste
e lento -
transpassa-te vil ódio, em teu final
momento -
carente de ilusões, rugido ao vento
aflito!
Grilhões da estupidez arrostam teu minuto,
insultam-te a alforria - cascalham - e ao
teu pranto
vicejam de alegria e tamborilam luto!
Desvendo-me aos teus pés - um nome quase
torto,
teu cuspe no meu dom, tua raiva no meu
canto.
Eu - viva - no teu mal! Mas ao meu som és
morto!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e
da Paz
Cabo Frio, 6 de setembro de 2009 –
14h10min
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