domingo, 12 de junho de 2016

Sem resposta - [Soneto Alexandrino]

  Sem resposta
 
Poeta... em cada flor desse jardim revolto
há beijo a serenar afeto ao teu compasso.
Fragor, beleza ou luz, abraço desenvolto,
és fonte de paixão que a um frenesi repasso.
 
Poeta... à primavera, um passarinho solto
em fúlgida emoção, gorjeio o meu fracasso.
Voejo em asa e dor o corpo em mim envolto
e à lei do meu viver o teu flanar é crasso.
 
Seguro em minha mão esse febril balanço,
enquanto o lábio ardente esparze olor de amora.
O meu desejo em mar borbulha, invento e danço!
Ao de repente indago em verso alexandrino:
- És sempre, és sempre meu?... Silêncio em tom de aurora...
Sem ter qualquer resposta, arrosto o meu destino!
Sílvia Mota Poeta e Escritora do Amor e da Paz

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2015 - 1h05

Trilha musical: Ernesto Cortazar - Finally Together

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