domingo, 25 de novembro de 2012

Eu sou só a mulher só [Soneto Alexandrino]



Eu sou só a mulher só



Eu sou só a mulher, que de te amar foi chama

e numa sanha insana arfou aos teus apelos,

babou-se no teu ser e comedida em dama,

secou-te no negrume ardente dos cabelos...

 

Eu sou só a mulher, que só por ti reclama

ao sacrossanto véu de mil e um desvelos,

agasalhou-te o corpo e espinho d’uma rama,

frente à pagã paixão, ungiu-se nos teus pelos...

 

Eu sou só a mulher, que entusiasmou teu leito,

premiu na boca audaz, intrépida e menina,

o leite adocicado e abrasador do peito.

 

Eu sou só a mulher, que em múltiplo tormento,

amou-te até viver e, em desvalida sina,

em ti morreu de dor e se desfez ao vento...




Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 15 de setembro de 2009 – 1h03
Fundo musical: Nostalgie. Richard Clayderman

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