terça-feira, 3 de julho de 2012

Quando o poeta morre... [Soneto Alexandrino]

Quando o poeta morre...

O inspirador poeta elege a eternidade,
se ao verdejar do campo erige em aliança
o florescer do sol às rimas da esperança
e deixa-se viver às cores da saudade.

O vate, quando é morto, assume a insanidade,
desfaz-se ao lusco-fusco – espalha-se criança,
em sonhos se refaz, de si é a própria herança,
constrói novo infinito em paz e sem maldade.

A morte do poeta exala tal perfume,
que a boca então calada orvalha um tom asceta,
seduz em beijos luz enamorado ardume.

Na morte do poeta há reviver bisonho,
porque se a um verso só esvai-se o ser poeta,
à luz do mesmo verso esteia-se um sonho!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 24 de março de 2012
Imagem principal: Homero, grande poeta da Antiguidade
Fundo musical: Ernesto Cortazar. Eternity

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